sábado, 12 de novembro de 2011

Coração de atleta

Checar a saúde desse órgão é essencial para o rendimento de qualquer esportista.


O coração de um esportista possui algumas diferenças quando comparado ao do sedentário ou de uma pessoa que pratica exercícios apenas para manter a boa forma. Os esportistas que se submetem a um forte treinamento aeróbio, por exemplo, como maratonistas ou ciclistas, podem apresentar aumento do tamanho do coração. Aqueles que usam muito a força, como os levantadores de peso, costumam ter a parede do órgão mais espessa. No entanto, essas alterações por si só não prejudicam o seu funcionamento: o coração mantém sua contração e relaxamento normais. Então, qual é o perigo?

Nos últimos anos, casos esporádicos de morte súbita em atletas, em geral competindo ou treinando, chamaram a atenção da mídia. E o problema, na maioria das vezes, é causado por alguma doença cardíaca pré-existente que o atleta não sabia que tinha. Era algo que já estava ali, dando sinais, mas que no dia a dia dos treinos passava despercebido ou era ignorado pelo profissional por receio de ser afastado de suas atividades. Só para se ter uma ideia, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, 80% dos casos de morte súbita têm relação com uma doença arterial coronariana. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos também revelou que as principais causas de morte súbita em atletas jovens são as doenças congênitas do coração, ou seja, a pessoa já nasce com a alteração genética, mas a doença pode se manifestar apenas na adolescência ou na fase adulta; já nos atletas com mais de 35 anos a principal causa de morte súbita é o infarto agudo do miocárdio (“ataque cardíaco”).

Os sinais de que algo pode não estar muito bem são dor no peito, palpitações, falta de ar ou desmaio. Quem tem perda de consciência, mesmo que por poucos minutos, ou qualquer um dos outros sintomas deve procurar um médico, especialmente se o mal-estar ocorrer ou piorar durante a prática do exercício. Dependendo do problema, a pessoa pode se submeter a um tratamento e, em seguida, continuar sua rotina de treinamentos.

De qualquer forma, a ausência de sintomas não deve ser considerada um atestado de saúde. Pesquisas têm mostrado que apenas 3% dos atletas que tiveram morte súbita haviam se queixado anteriormente de algum incômodo.

Por conta disso, exames que avaliam o bem-estar do coração têm sido cada vez mais comuns – e necessários – entre atletas e aqueles que desejam se dedicar a uma atividade física regular. Não há um modelo único para esse tipo de avaliação. O que vai ditar isso é o nível de treinamento, os sintomas e o objetivo de cada um. O ideal é que atletas façam, ao menos uma vez por ano, exames físicos e laboratoriais, eletrocardiograma e teste com esforço.

Praticar uma atividade física faz bem, sempre. É preciso, apenas, tomar alguns cuidados. Um trabalho feito na Itália avaliou, durante 17 anos, a função cardíaca de atletas olímpicos envolvidos em treinamento de endurance, exercícios para melhorar a capacidade aeróbia, e não encontraram alterações nas funções do órgão causadas pelo excesso de atividades. A conclusão do estudo: o coração consegue se adaptar às exigências do exercício. Além disso, praticar uma modalidade esportiva, de 3 a 5 vezes por semana, ainda é a melhor forma de prevenir as doenças que acometem o coração.

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