segunda-feira, 18 de junho de 2012

O que acontece com o coração de alguém que correu 160 km?


As consequências cardíacas em atletas que completaram a ultra maratona (percurso aproximado de 160 km) foram avaliadas em um recente estudo. Após o término da prova, com uma duração média de 25 horas, um total de 24 atletas foram avaliados através de ecocardiograma (exame que analisa o coração através de ondas de ultrassom) e exames laboratoriais.

Os autores do estudo observaram que a maioria desses atletas desenvolveu um leve grau de disfunção cardíaca no ecocardiograma (representada pela redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo), em comparação aos valores obtidos antes da competição.

Houve ainda uma elevação do peptídeo natriurético cerebral tipo B (BNP). O BNP é produzido no miocárdio (músculo cardíaco) dos átrios e ventrículos, que são as câmaras cardíacas superiores e inferiores do coração, respectivamente. A elevação do BNP indica um aumento nas pressões intracardíacas.A dosagem do BNP costuma elevar-se devido a uma variedade de doenças cardíacas, fibrilação atrial (arritmia cardíaca), doença coronariana aguda (angina instável ou infarto do miocárdio), ou ainda, nas doenças das válvulas do coração.

Em cerca de 20% desses atletas ocorreu uma elevação da troponina I (enzima cardíaca que costuma elevar-se após uma lesão do músculo do coração, como aquela observada em um infarto do miocárdio).

Os autores do estudo concluem alertando que os mecanismos que levam a essa disfunção cardíaca ou lesão miocárdica não estão totalmente estabelecidos. As consequências cardíacas futuras desses achados, também não estão bem definidas.

Fonte: American College of Sports Medicine.

2 comentários: